quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Aletéa Cosso

Aletéa Cosso



“Muito boa noite a todos, é realmente um grande prazer poder apresentar meu repertório nessa casa tão importante que é o Clube do Choro de Brasília, me sinto muito honrada em  interpretar essas canções que gosto tanto para vocês” – peraí, isso não tem nada a ver com Aletéa, é melhor eu abrir uma cerveja e colocar uma dose de Campari aqui do lado pra chamar a inspiração da Lets...
Olá, falo agora em nome do Vavá - o que acontece aqui é que estou bem acostumado a falar sobre as celebridades que me rodeiam, e privilegiado que sou, me sinto muito bem rodeado de forma que nunca me falta assunto para escrever... Só que é claro, Dona Aletéa teve que pedir que eu produzisse algo pra ela dizer na abertura do show e não um texto de divulgação como os que fiz para os outros amigos artistas, a final, Lets nunca será como os outros amigos, tampouco como os outros artistas...
Espera um pouco, espera mais um pouco que ela tá vindo... Abrindo a terceira cerveja e arrematando a segunda dose de Campari já posso me sentir um pouco mais Lets - sim, gente, meu apelido é Lets, mas pra vocês, meu público, é Aletéa.
Para quem não sabe, Aletéa vem do latim, e quer dizer “Verdade”. E bem sabemos que os nomes das pessoas dizem muito sobre elas, de forma que tomem minha vida como uma história embasada na verdade, por exemplo:
Minha mãe conta que nasci de parto normal e sem qualquer estresse, e ainda que vim ao mundo cantarolando uma bela melodia numa tarde de domingo, a mais pura verdade! – escutando algumas determinadas cantoras poderemos inferir rapidamente que elas só podem ter nascido cantando, tem gente que nasce prontaaa!
Aos cinco anos comprei minha primeira viola. Verdade total! Nossa, sonhava com isso desde os três, e daí que passei dois anos guardando cada cachê que consegui cantando nos botecos e nas igrejas, é claro que, como era criança, não via muita diferença entre os ambientes. Então quando somei a quantia necessária para adquirir meu primeiro instrumento eu já era a princesa das casas noturnas da cidade e dos corais de anjinhos – nunca me identifiquei muito com essa história de anjinho, mas sabia todas as músicas do Roberto, Djavan e do Tim Maia, e como ainda não tinha mudado de voz, cantava uma Zizi posse como ninguém.
Aos sete já tocava a viola na orquestra, Verdadeeee! Só que sempre me apurrinhou o fato de eles não quererem fazer nenhuma canção do Ratos de Porão, que era o som que eu curtia na época - nem mesmo um Sepultura eu podia arranhar naquela sinfônica careta!
Um instante, um instante, só mais uma cervejinha, vem Lets, baixa... Olha, não quero contar minha vida toda pra vocês agora não, ainda mais por que acabei de me lembrar do playback que tive que encenar pro Roupa Nova – Diante daquele absurdo, eu com tantas partituras em minha frente e aquele playbecão grosso rodando no retorno, nossa, ainda bem que não tinha nenhuma dancinha ensaiada, se não eles iam ver... Acabou o show fui direto no produtor botei o dedo na cara dele e lhe disse que se ele tinha me chamado só por que sou uma gatona que ele... que ele me chamasse para as próximas também, foi o cachê mais fácil que já ganhei.
Mais um golinho – AAAAAAa depois daquela história continuei metaleira da pesada, mas também sempre curtindo o erudito, só que ficar falando esse monte antes do show  não tem nada a ver, poxa, (poxa é ótimo, mas é que a casa é de família) pedi ao Vavá que o texto fosse pequeno – essa é a Aletéa - só que ele não perde a oportunidade de me sacanear – esse é o Vavá - e ele ainda queria que eu dissesse aqui que eu lembro a Rê Bordosa do Angeli, só que linda, como se amenizasse a situação!
Mais esse traguinho e o texto tá pronto, bem, não sei como tá aí pra vocês, mas eu estou bêbado, quer dizer alteradinha, meu nome é Aletéa e essa é a minha banda linda, espero que vocês amem esse show e se divirtam, assim como o Vavá deve estar se divertindo a vera me vendo ler essas baboseiras. Só pra encerrar esse discurso, Se liga Dudu Belo, você toca muito, é um gatinho também, mas é dos carecas que elas gostam mais!


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Espera

Esperando o bem dos males que vem...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Cirurgião Amador

‎- você, o que faz?
- sou artista profissional
- e tu?
- sou neurocirurgião, amador...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

De antes do Purgatório

Primeiro o Purgatório, agora a Condenação, peraí, Trevas Eternas – Licença, amigo, pra onde é o Paraíso? – Ha, o Paraíso é antes da Condenação à esquerda, mas na boa, se tu molhá a mão do porteiro tem uma trilha que dá lá de antes do Purgatório...

Denotando-me, Conotei-me

Denotando-me
Conotei-me
mas até quando,
denotar-me
se sou puro conotado?
fantasio meu estado
e muto
de sólido, líquido, pastoso, um tudo
e em nada em mim
percebo um denotado
que justifique um eu parado
que em mim denote um ser confuso
só por ser um ser mutado

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Saidinha

Saidinha, a menina
Deu descanso à minha rima
Bonita que é, fez o resto parecer qualquer
Fez até eu parecer que presto
E a menina parecer mulher

Saidinha, a namoradeira
Planta que garra e toma, sim,
a trepadeira
Aprendeu as minhas defesas
Minhas raízes não mais presas
Logo eu, edáfico por natureza
Da namoradeira agora me esguio
Chovo então na trepadeira
Que é pra ver se onde me enfio
Dá mais rima às minhas besteiras

Vontade melhorada

Minha vontade melhorada
É a de fingir tristeza
Pois viver em alegria
Cansa a minha beleza

PsicoAntipatia

É o próprio doente imaginário
Dito hipocondríaco
Nato cardíaco, coração flácido
O homem do dedo de plástico e coluna de vidro
O peito asmático
Ta sempre ferido
Vivido em tom enigmático
Um cabra fodido
De tanto ser antipático

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Bom dia que vem depois do vinho

Bom dia que vem depois do vinho, já já me acerto, a boca vermelha e a cabeça de concreto atrasaram o relógio, prisioneiro da cama, o sol me chama, mas surdo que sou, vou sonhar com quem me ama ao som do ventilador, bom dia que vem depois do vinho, te vejo depois.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Beleza Roubada

Tão linda que é
Beleza roubada se fez
Num ato singelo
Sem ônus ou elo
Levou meu sono de vez

Encanta a dureza
A pressão
Ausentes no objeto
No que vê é que reina a tensão
Sincero e desperto
A noite o abraça
E traz ficção à visão
Longe já, da cachaça
E de qualquer outra compreensão

Tão linda que é
A Beleza à Roubada se une
E preenche o inane
De pura loucura em nada imune
Ao avanço da noite
Ao alcance do cume
Ao prazer deste açoite
Que é o mal do ciúme

Silêncio

Um som não pode ouvir outro som, só o silêncio escuta...

Besta

Como uma besta ela viu o burro fazendo careta. Ops, e o bobo acordou. Desperto, um coice fez com que a moça que só queria amar caísse no chão. A colisão como de se esperar, fez das tetas meia volta, e antes que a coitada pudesse respirar, levou uma pisada de algo como gente má. Descrente e, de repente inconsciente, tudo fiou mal. Ela nem gritava, e o bicho, num último golpe que parecia ser fatal, virou-a como a besta queria, porém, a heresia, foi o suspiro de alegria. É, um sorriso num presunto, é um troço que arrepia.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Os Beques


Ainda bem que os beques ainda fazem,
Pois o gol poderia ser de qualquer um

O Lacônico e o Loquaz

O lacônico e o loquaz, quase não se falam, não se falam mais
E os antônimos, com todos seus sinônimos, dispensam ser anônimos

Compensam cerimônias, guerrilhas por autônomas, posições platônicas,
ambições faraônicas,
com suas forças atômicas

O paradoxo e o desconexo, contestam amor, quando testam o sexo
E os complexos, com todos seus reflexos, dispensam ser anexos

Descrença dos monômeros, doce ilusão de isômeros, vertigem dos termômetros, dormentes e plutônicos,
Almejando ser jônicos;

Pseudônimos lotam manicômios tal como adultérios enchem os cemitérios
Sorte os cômicos, intrépidos barômetros,
Serem todo autômatos

Sibilam discrepâncias, dispêndio de nuanças, nua ignorância, ou crua sapiência,
propícias esperanças

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Poemeta Propolina ou Amigdalítica

Baseado em gotas
Garganta fechou
Regado à mel e própolis
Baseado em gotas
tem?

Quem sou eu

Compositor, instrumentista, produtor musical, trilheiro e escritor

escritosonoro por @?

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