Eu em minhas quintas-feiras. Nelas carrego um outro eu, largado em minhas costas. E esse outro eu pesa, puts como pesa, fico meio encurvado, de forma que suas pernas, as minhas outras minhas, se arrastam, fica tudo mais lento, eu e o dia.
Os meus outros braços ficam se batendo, o que inibe a minha coordenação, é um deixa cair, um deixa pra lá. Ai, e a dor de cabeça, descobri, é minha outra cabeça que a cada movimento, faz com que bata um coco no outro, nuca a nuca, e é justo ali que a cabeça dói, onde as duas se chocam. É impressionante como me esbarro, fico me batendo. Até os pensamentos se chocam, nos três sentidos: atrito, espanto e gestação.
Tudo bem, o último é bem mentira, está mais para recuperação. Em mihnas quintas-feiras perambula um corpo inane, incompassivo, pra lá de uma animação bem desanimada, salvo apenas pela proximidade de minhas sextas-feiras, quando então, vislumbrarei a chegada dos meus sábados.
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