quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Jesus me chicoteie - Carta aos Funfarrões

Jesus me chicoteie, mas ele era o mais perdidinho na Santa Festa de Gabriel Quartim. Quem não parou em frente aquela maravilha exposta nas duas últimas quintas? É a Santa Funfarra do homem que hoje faz parte dela, enriquecendo a galeria celestial com suas pirações. Se alguém não reparou, duas gerações de artistas homogênios (palavra que aqui distingue seres da mesma linhagem genética) apresentaram seus trabalhos na edição de 10 de Abril: o já citado Gabriel e seu filho Cirilo Quartim, contrapondo as telas do pai a sua psicodelia digitalizada. Tudo na Funfarra é conceito. O primeiro expondo na parede, mostrando ao filho de onde ele vem, e o segundo projetando no teto, mostrando ao pai, para onde vai.

Minha mãe sempre me disse que só me meto em coisa louca, e que depois ela descobre que a tal coisa era boa mesmo. Ela, que quase nunca erra, sim, as mães também erram, disse a minha mesmo, quando me viu ir morar com um irmão de minha seita funtástica, um artista plástico da pesada, e, o cosmos sabe, muito mais louco do que eu. Na verdade tenho sentido alguns olhares de inveja do HPAP. Mas esse convívio com o desconhecido inusitado sensacionóptimo, poderia mas não é o nome do camarada, tem me permitido chegar a conclusões praticamente incontestáveis a respeito da missão dos sujeitos criadores nessa vida. A última delas, que surgiu em meio a zueira gostosa do batidão funfarrento foi a de que, enquanto membros atuantes da sociedade universal ou  altruístas do apocalipse, temos que pirar, pirar muito, pirar tudo. Essa é nossa obrigação pertinente à cidadania cósmica. Estamos no caminho. 

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